Prata e Bronze

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

The Avenger, Kenneth Robeson (1939)






Justice Inc. foi o nome da primeira história de um personagem pulp do final dos anos 30, chamado Avenger (O Vingador). Criado por “Kenneth Robeson”, um nome usado por vários escritores da Street and Smith Publications, o Avenger era Richard Henry Benson, um aventureiro que durante um acidente viu sua esposa e filha morrer e ficou com sua face paralisada e da cor branca. Além disso, ela se tornou maleável como a argila. Descobrindo que o acidente na verdade foi criado por seus inimigos, ele jurou se vingar de todos os malfeitores.

Assim como Doc Savage e o Sombra, o Avenger tinha uma série de assistentes, como Fergus "Mac" MacMurdie, Algernon Heathcote "Smitty" Smith e Nellie Gray. Muitos acusam o personagem de ser derivativo, sem o charme dos seus antecessores. Mas suas histórias são extremamente bem construídas, dentro, é claro, das limitações dos pulps. 


Como não poderia deixar de ser, a série de pulps inspirou quadrinhos, como Justice, Inc., de 1975 (que durou quatro números e foi desenhada por Jack Kirby) além da participação do personagem em The Shadow (da época de Mike Kaluta). 



Mas uma das melhores histórias já feitas com o personagem foi a minissérie de 1989, em duas edições (em prestige format), chamada apropriadamente de Justice Inc., de Andy Helfer, com arte do ótimo Kyle Baker, onde uma reviravolta no que sabíamos sobre o personagem acontece, e uma explicação “weird science” para os poderes de Benson é dada.  A  Abril publicou a série aqui no Brasil no começo dos anos 90. 


Em 2010 a DC iniciou um projeto chamado First Wave, escrito por  Brian Azzarello que era um universo compartilhado dos personagens licenciados (Doc Savage, o Avenger e até mesmo o Spirit, de Eisner) e os heróis sem poderes da editora, como o Batman e os Black Hawks. E agora em 2014, a Dynamite está lançando um título com o Avenger, colocando mais uma vez outros personagens pulp: Doc Savage e o Sombra. Os argumentos estão a cargo de Michael Uslan.


É bom ver que a Dynamite está investindo nesses antigos personagens. Eles são muito interessantes para ficar no esquecimento. 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Enemy Ace, Robert Kanigher & Joe Kubert (1965)






“Quem é o inimigo glorioso que nós não ousamos mostrar na capa dessa edição?”, era a pergunta feita em Our Army At War 151, de 1965. O personagem mostrado, claro, era Hans von Hammer, “O Martelo do Inferno”, conhecido por todos nós, ávidos leitores, como o Ás Inimigo. 


É a criação primorosa de Robert Kanigher, decano escritor dos quadrinhos de guerra da DC, baseado (é claro) em Manfred Von Richthofen, o Barão Vermelho (1892 –1918). O Ás Inimigo percorria os céus da Europa em seu Fokker Dr I, durante a Primeira Guerra Mundial, sua habilidade extraordinária em seu avião...e o fato de que ele estava cansado de uma guerra inútil, que ceifava vidas de ambos os lados. Mas isso não o impedia de fazer o seu trabalho. E muito bem. Como um galante cavaleiro das histórias arturianas, amargurado e com um senso enorme de dever. “O céu é o assassino de todos nós”, era seu solilóquio favorito. “E hoje pode ser meu dia”. Ele subia no seu Fokker sem saber se voltaria ou não, e francamente não se importava.



A série, com os belos desenhos de Joe Kubert começou em Our Army at War, como uma história complementar e logo ganhou popularidade suficiente para que ela fosse para a Showcase, e depois estrelando a Star Spangled War Stories. Os artistas que passaram por lá, além de Kubert foram Neal Adams, Russ Heath, Frank Thorne, John Severin e até mesmo Howard Chaykin. 

O Ás Inimigo voltou na graphic novel War Idyll, belamente pintada por George Pratt em 1990, em uma bela e surreal história onde Von Hammer conta suas reminiscências a outro veterano, da guerra do Vietnã. E em 2003, na minissérie War in Heaven, de Garth Ennis, com a arte maravilhosa de Chris Weston e do veterano Russ Heath, se passando na Segunda Guerra Mundial. 



terça-feira, 12 de agosto de 2014

Shade The Changing Man, Steve Ditko (1977)









Rac Shade, agente secreto de um mundo na "Meta Zone", uma dimensão paralela a nossa. Ele é traído e sentenciado a morte, mas acaba vindo parar em nossa dimensão. Ele traz com ele um traje chamado M-Vest (Ou Miraco-Vest), que além de gerar um campo de força, projeta uma imagem grotesca e distorcida de si.
É uma das criações mais pessoais de Steve Ditko para uma editora de mainstream. E aqui Ditko usa o “Marvel Way” em plena DC Comics. Ele escreve o plot e desenha (a arte final é dele também) e Michael Fleisher (que escreveu nos anos setenta Jonah Hex e o Espectro) colocava o diálogo. É uma ficção científica divertida, bem escrita e ainda melhor desenhada.





A série durou oito números (de 1977 a 1978) e foi cancelada por causa da infame DC Implosion. Um número 9 estava pronto, e parte dele chegou a ser publicado (revisado) anos mais tarde em Detective Comics Dez. 1979-Jan. 1980).

Shade ganhou outras versões, aparecendo inclusive no Esquadrão Suicida de John Ostrander nos anos 80. Mas foi a versão lisérgica de Peter Milligan (Hellblazer) e Chris Bachalo que mais atraiu os leitores, o título tendo a honra de ser um dos primeiros a serem publicados desde o início com o selo Vertigo. Mas o próprio conceito original e Ditko já é estranho o suficiente

No Brasil, a EBAL lançou todos os oito números em Dimensão K (2ª Série): O Mutante. Nos EUA, a DC lançou as oito edições, inclusive a não publicada número 9 em The Steve Ditko Omnibus Vol. 1, de 2011.