É com você, Pete....
Sobre Realidades Alternativas
Peter Sanderson
Amazing Heroes 184 (outubro de 1990)
A opinião geral marca a transição entre as Eras de Ouro e
Prata dos quadrinhos com a aparição dos primeiros heróis “atualizados” da Era
de Ouro, sob o reinado editorial de Julius Schwartz (o Flash em Showcase 4) e a estréia do
primeiro título “verdadeiro” alguns anos depois (Fantastic Four 1).
Mas eu acho
que a Era de Prata é quase igualmente caracterizada pelas mudanças que
ocorreram nos títulos do Superman,
durante este mesmo período, quando eles eram editados por Mort
Weisinger.
Os títulos de Weisinger estão entre os considerados menos
inovadores da Era de Prata. Eu acho que isso ocorre porque eles foram os
primeiros dos três grupos a caírem do gosto popular, assim como da crítica. O
estilo de quadrinhos de Stan Lee continua vendendo muito hoje em dia, mesmo que
a maiorias dos quadrinhos da Marvel não sejam mais considerada o supra-sumo
dessa forma de arte.
As séries de
Schwartz sofreram enormes revisões depois da publicação de Crisis on Infinite
Earths, tanto que, apesar de seus méritos, as novas versões dessas séries
tinham muito pouco a ver com o que aconteceu antes. Ainda assim, Batman é ainda
reconhecidamente a mesma série que vem sendo nos últimos vinte anos, e agora, é
claro, extremamente popular.
Mas os títulos de Weisinger perderam o seu ímpeto criativo
no meio dos anos sessenta e foram extremamente modificados no final daquela
década. O que antes havia se tornado uma inovação brilhante se transformou em
embaraços, em parte devido a superexposição, em parte graças as histórias
medíocres nos seus últimos anos e ainda em parte porque uma quantidade delas
parecia infantil demais para o gosto dos leitores, a maioria dos quais já não
tinha nem a idade nem o gosto para tais leituras e não poderiam levar a sério
coisas como Raiado, o Supergato.
Eu me pergunto, entretanto, se o fracasso dos títulos de
Superman de Weisinger era inevitável. Apesar desses títulos na Era de Prata
terem sido marcados por grande criatividade, eu acho que eles refletiram também
o início do fim de um ciclo e até mesmo uma desilusão, por mais estranho
que isso possa parecer, com o próprio conceito do super-herói. Em 1958, o
Superman já existia por vinte anos. E no início dos anos sessenta ele aparecia
em SETE títulos diferentes, todos editados por Weisinger (não contando suas
aparições em Justice League of America): Superman, Action, Superboy, Adventure,
Lois Lane, Jimmy Olsen e World’s Finest (esse último foi transferido para a
editoria de Weisinger em 1964).
Eu suspeito que os editores e escritores da época se achavam
na mesma posição que muitos escritores estão hoje, procurando trazer vida nova
a personagens e títulos que existem há décadas, e olhando para as soluções que
eles encontraram naquela época pode dar alguma luz para as soluções usadas
hoje.(2)
O desenvolvimento mais digno de nota nos títulos do Superman
durante a primeira metade da Era de Prata foi a rápida proliferação de novos
personagens e conceitos: Supergirl, Brainiac, a cidade engarrafada de Kandor, a
Legião dos Super-heróis, o Mundo Bizarro, a Zona Fantasma e as várias espécies
de kriptonita, para citar apenas os mais famosos. Essas criações não só
apresentavam enormes novas possibilidades para histórias, mas também, se olhadas
em conjunto, criaram um tipo de “Universo de Superman”, comparável com o
Universo Marvel que logo se formaria.
A maior diferença entre esses dois universos é, é claro, que
os personagens do Universo Marvel apareciam nas séries uns dos outros. Com a exceção
do Batman e Robin, os co-astros de World’s Finest, os outros heróis raramente
apareciam nos títulos do Superman. Possivelmente porque os outros heróis da DC
eram controlados por editores diferentes, então cada um desses editores
preferia lidar com seus próprios personagens. Os títulos da Marvel tinham todos
o mesmo editor – Stan Lee, que fornecia o roteiro para a maioria deles também. Ainda assim, a maneira que Stan juntava as
suas séries era única para a época.
Tirando Justice League, todos os títulos comandados por
Schwartz raramente misturavam seus personagens: os encontros do Flash com o
Lanterna Verde eram relativamente infrequentes e o Doutor Luz era tratado nas
revistas como uma clara anomalia, já que ele combatia heróis diferentes cada
vez que ele aparecia.
Hoje em dia, certamente como resultado do sucesso da Marvel
com o seu próprio Universo, a DC adotou a ideia de um “Universo DC” no qual os
crossovers regulares ocorrem. Apesar disso, eu argumentaria que o Universo DC,
talvez por necessidade, é mais coeso que o da Marvel. O Universo Marvel de hoje
envolve um pequeno núcleo de títulos criados por Stan Lee, Jack Kirby, Steve
Ditko e alguns outros como parte de um todo. Algumas vezes aparecem séries
realmente derivadas, como Silver Surfer (vindo de Fantastic Four), mas era mais
comum que cada série começasse sozinha e depois fosse ligada ao todo através de
crossovers.
Assim, o Homem-Aranha encontra o Quarteto fantástico em sua
segunda história, enquanto o Demolidor luta com o Electro, o inimigo do
Homem-Aranha também em seu segundo número. Esse processo continua até hoje:
X-Men da origem a New Mutants, Spider-man dá origem a Punisher, o novo
Deathlock e o novo Motoqueiro Fantasma encontram personagens estabelecidos da
Marvel já no início de seus títulos. John Byrne até mesmo parodiou esse
processo quando ele fez que o Homem-Aranha aparecesse para o “obrigatório”
crossover do terceiro número em She-Hulk.
É assim que até hoje esse estilo de aventuras e
caracterizações dá uma unidade artística ao Universo Marvel. O Universo DC, por
outro lado, foi criado emendando continuidades de personagens que foram criados
e desenvolvidos separadamente um dos outros. Isso é verdadeiro até mesmo para
o chamado “Universo DC Pós-Crise” que vem se desenvolvendo pelos últimos cinco
anos. Cada série, ou pequeno grupo de séries, foi atualizada individualmente.
Por grupos diferentes de criadores. Então, apesar da maioria dos personagens da
DC habitarem o mesmo “universo compartilhado” ficcional, eu creio que há grandes
diferenças no estilo e objetivos criativos entre os títulos principais os quais estão sob a tutela de diferentes editores.
O Universo do Superman de Weisinger tinha a sua base no
“elenco” familiar do Planeta Diário: o Superman/Clark Kent, Lois, Jimmy e
Perry, localizado em um cenário urbano contemporâneo. Mas ia muito mais longe
que isso, primeiro trazendo personagens de apoio adicionais que viviam
exatamente nesse mesmo cenário, como Lana Lang, Lucy Lane e o Professor Potter.
E os vilões, todos no mesmo ambiente também, o mais notável entre eles sendo
Lex Luthor.
A criação da Supergirl significou implantar uma série dentro
de uma série, com o seu próprio subconjunto de personagens. E a mitologia do
Superman foi ainda mais ampliada usando a volta ao passado, nos mostrando o
Superman e Lana como adolescentes e mesmo como bebês, em histórias com o seu
próprio conjunto de personagens: Ma e Pa Kent, o Professor Lewis Lang e vários
outros.
As histórias nos levavam para ambientes de fantasia
localizados na Terra – como a cidade submersa de Atlantis e, mais importante,
Kandor, uma cidade kriptoniana sobrevivente que havia sido miniaturizada. Elas
também nos levaram ao espaço exterior, com Brainiac, o Esquadrão de Vingança e
todos os Bizarros. As vidas dos pais do Superman, Jor-El e Lara, em Krypton
freqüentemente eram o assunto de tais histórias. O Superman também recebeu uma
longa série de antepassados, e através dos anos a História, cultura e geografia
de Krypton foram mostradas em grandes detalhes. E os mythos do Superman também
se estenderam até o futuro com a criação da Legião dos Super-heróis, que deu origem a uma mitologia própria altamente complexa e vasta, mitologia que
continua a crescer até hoje. E na
verdade, a continuidade da Legião é possivelmente a contribuição mais duradora
da Era de Weisinger para os quadrinhos.
Então, o universo do Superman se centrava em uma pequena
família adotiva (o staff do Planeta Diário) com a qual nós podíamos nos
identificar e se estendia por vastas distâncias através dos tempo e do espaço,
abrangendo o mundano planeta em que vivemos e o cósmico, seres humanos comuns e
seres de poder imenso. E mais, tudo o que mencionei apareciam nos títulos do
Superman regularmente; estes lugares e indivíduos eram todos parte integral da
continuidade. E como nós veremos, uma
história lidando com um grande evento afetando o Universo do Superman mostraria
repercussões em todos os principais componentes daquele universo ficcional.
Então, na minha opinião, o Universo do Superman não era tão
diferente assim do Universo Marvel inicial, que da mesma forma ia de cenários
comuns (o humilde lar e escola de Peter Parker) até o fantástico (Atlantis e
Asgard), passando pelo cósmico (o Império Skrull). Na verdade, apesar do
Universo Marvel do início dos anos sessenta lidar muito mais com os
super-heróis nos dias atuais, o Universo do Superman estava em vantagem na
questão temporal, indo desde o futuro da Legião e voltando para a infância do
Superman e até a história do próprio planeta Krypton.
Adições a mitologia do Universo do Superman eram permanentes
e os leitores eram encorajados a ficar de olho nelas. Muito freqüentemente os
títulos publicavam textos explicando ou recapitulando como os poderes do Superman funcionavam ou
listando as variedades de kriptonita estabelecidas até então, ou (quase sempre)
passando pelo histórico de vários membros da Legião dos Super-heróis. Esses
textos preconizavam o tipo de trabalho que apareceriam décadas mais tarde no
Who’s Who da DC e o Marvel Universe.
Mas apesar do Universo do Superman se expandir enormemente,
ele raramente evoluía, e essa foi uma das razões de sua perdição. Raramente o
status quo no mundo do Superman mudava. Grandes mudanças que ocorriam no curso
de uma história eram canceladas ou eram apenas sonhos, reveladas como tal no final da
mesma história. Na verdade, em muitas histórias, os autores pareciam estar tentando
ver o quão longe eles poderiam ir nas mudanças e ainda conseguirem trazer as
coisas de volta ao normal no final. Com certeza muitos leitores ficaram
espantados quando a Supergirl veio a Terra e não acabou sendo uma impostora ou
algo saído da imaginação super-ativa do Superman. E continuou aparecendo
regularmente depois. Essa foi a exceção a regra das coisas nunca mudarem.
Em contraste, o início da Marvel revolucionou os quadrinhos
de super-heróis fazendo mudanças no status quo que eram tanto reais quanto
permanentes. Um personagem de apoio como Junior Juniper em Sgt. Fury realmente
morreu; Peter Parker realmente se apaixonou por Betty Brandt e depois se
desapaixonou. O casamento de Reed Richards e Susan Storm foi revolucionário em
um gênero onde o casamento de Clark Kent e Lois Lane era algo impensável. (Eu
acho que Barry Allen nunca teria se casado com Iris West em The Flash se isso
não tivesse acontecido primeiro com Reed e Sue)
A maneira que os escritores de Superman na Era de Prata
tentaram circunavegar os limites auto-impostos do status quo foi através das
histórias chamadas de imaginárias. “Imaginárias” é um termo muito ruim, já que
como um número de pessoas engenhosas lembrou, bem, veja, não são todas as
histórias ficcionais imaginárias? Talvez seja melhor se referir a elas como
“histórias alternativas” dos personagens, apesar de tal termo não ser tão
colorido e vívido assim.
Presume-se que um escritor de ficção deseja que seu leitor
suspenda a descrença até certo ponto e pense que os personagens e eventos sejam
reais. Um leitor não vai ter empatia com o Superman ou com Hamlet (ou com quer
que seja) ou sentir qualquer suspense ou preocupação com a sua situação
pensando na história apenas como uma coleção de palavras no papel. Então, um
personagem contínuo, para que possa parecer “real”, deve ter um histórico
coerente e sem contradições, o qual o
escritor pode usar como base para um futuro desenvolvimento e exploração do
personagem. Os eventos da história de um personagem formam sua personalidade, assim como os eventos da vida de uma pessoa real afetam a dela.
Então, o Superman tem a sua História “real” e as histórias
“imaginárias” exploram alternativas para tal História. Em alguns casos as
histórias alternativas mudam eventos que aconteceram no passado do Superman. E
se X tivesse acontecido com ele ao invés de Y? Qual seria o resultado? Essa
variedade particular das histórias imaginárias de Weisinger vivem hoje no What
If? da Marvel.
Em retrospecto, porém, eu acho que as mais intrigantes
“histórias imaginárias” do Superman são aquelas que indicam possíveis caminhos
futuros para os personagens, resultados do que vinha acontecendo no presente. Várias
“histórias imaginárias” eram apresentadas com a afirmação de que os eventos
descritos em tais histórias poderiam realmente acontecer em algum tempo do
futuro, talvez em um futuro muito próximo.
As duas histórias imaginárias mais famosas do Superman foram
recentemente reimpressas em The Greatest Superman Stories Ever Told e fornecem
um fascinante contraste. Colocadas lado a lado elas mostram o dia do Superman
da Era de Prata em um momento-chave, um tempo que está a beira de uma mudança
radical para melhor ou pior. “Superman Red and Superman Blue”, publicado pela
primeira vez em Superman 162 (julho de 1963) mostra uma transformação na Terra
que poderia acontecer no dia seguinte. “The Death of Superman”, por outro lado
mostra um possível desastre, também no futuro.
Para mim, “Superman Red and Superman Blue” é memorável por
seu grande conceito, mas não por sua execução, que é absurdamente canhestra e
até mesmo em um detalhe, vergonhosa. Um problema sério (ainda que não
relacionado) que mina a credibilidade das histórias dos títulos do Superman de
Weisinger é que o Superman, apesar de
seus imensos poderes, não altera radicalmente o mundo ao seu redor. Ele não
depõe tiranos em outros países, ele não destrói arsenais nucleares e assim por
diante (mais recentemente Watchmen e Squadron Supreme – e até mesmo, por mais
horrível que tenha sido, Superman IV – lidaram com esse assunto).
“Superman Red and Superman Blue”, por outro lado mostra um
Superman que está se torturando por causa de suas constantes falhas de
tornar o mundo em um lugar melhor. Veja
só, a dramatização desse dilema deixa a desejar. O Superman recebe um chamado
da cidade engarrafada de Kandor e os seus habitantes lhe dão uma bronca porque
ele não consegue realizar uma tarefa muito simples, oh, você sabe, eliminar
todo o mal da Terra. Ou você resolve isso ou nós vamos arrumar outro Superman para colocar em seu lugar.
Ao invés de abrir a garrafa e despejar ácido sulfúrico nos
pequenos bastardos ingratos, o Superman leva isso tudo muito a sério e decide
que já que não consegue transformar o mundo em uma utopia sozinho, ele usa a
super-ciência para aumentar a sua capacidade cerebral. Inadvertidamente, ele se
transforma em dois seres distintos, o Superman Azul e o Superman Vermelho, cada
um deles uma centena de vezes mais esperto que o original. E como diz o
Vermelho, “duas cabeças pensam melhor que uma”.
As melhores histórias do Superman da Era de Prata são
enraizadas em algo muito primitivo e aqui não é diferente. O sentimento que
todos já tiveram o pensamento de, “ei, eu poderia ser dois, não é?”, e também a
sensação que todos nós temos quando nos deparamos com uma escolha difícil e
gostaríamos de poder pegar as duas opções. Agora que ele é duas pessoas, o
Superman pode fazer isso. Ele pode casar tanto com Lois quanto com Lana. Também
é resolvido o dilema de sua lealdade com o seu planeta natal, Kryton e com o
seu lar adotivo, a Terra. Um Superman decide ficar na Terra e o outro migra
para Nova Krypton, onde Kandor foi restaurada ao seu tamanho normal.
Quando usa a sua inteligência aumentada para transformar a
Terra em uma utopia, o Superman cria um raio que faz uma lavagem cerebral nas
pessoas “más” de todo o planeta. Transformando-as em pessoas boas... e tirando
deles qualquer direito de livre arbítrio. É claro, isso nunca é questionado na
história. Creio que os leitores modernos ficariam estarrecidos com
isso. Também me parece haver certa misoginia na história. Quando os Supermen estão
decidindo sobre os seus planos de casamento, parece que estão fazendo o
equivalente de jogar par ou impar para saber quem casaria com quem, como se os
resultados – e as mulheres envolvidas – não importassem. Somente mais tarde cada
Superman toma a sua decisão baseada no amor que cada um sentia por cada uma das
mulheres em questão.
Alguns dos meios que os Supermen usam para alcançar os seus
objetivos são questionáveis, mas o poder da história vem do espetáculo desses
dois seres quase divinos transformando um mundo em um paraíso. “Superman Red
and Superman Blue” mostra as repercussões dos eventos em todo o universo do
Superman, não apenas nos seus personagens de apoio mais diretos, mas também em
seus maiores inimigos e na Legião dos Super-heróis, Kandor, Atlantis e na Zona Fantasma,
assim como em várias raças alienígenas. (Note, entretanto, que “Superman Red
and Superman Blue” ignora totalmente a existência na Terra de super-heróis de
outras séries... até mesmo o próprio Batman)
Os sucessos dos Supermen aparecem tanto nos níveis cósmicos
quanto nos pessoais. Eliminando o mal, eles na verdade levam de volta a
humanidade ao estado espiritual anterior a queda de Adão. Assim eles revertem,
de certo modo, toda a História da humanidade e a coloca em um novo e melhor
curso. Eles transformaram um mundo em um
paraíso e criaram outros novos para os kandorianos e os atlantes, libertando-os
do cativeiro. “Curando” os vilões extraterrestres Brainiac e o Esquadrão de
Vingança de sua vilania, de certa maneira os Supermen purificam todo o cosmo.
Eles também criam utopias pessoais, regenerando seus inimigos, casando com seus
amores verdadeiros, criando lares e sendo pais e se aposentando como super-heróis –
ou, em outras palavras, se aposentando de uma vida de luta contínua, porque
afinal de contas isso não é mais necessário.
“Superman Red and Superman Blue” é um conto mítico sobre
redenção de um mundo, conseguido não através de sacrifício ou tragédia, mas sim
através de milagres e boa vontade. É também a história de um homem finalmente
escapando da enorme quantidade de problemas que o aflige e colocando a sua vida
inteira em ordem. Cada Superman descarta
a sua identidade de Clark Kent quando se casa, como se ele tivesse dessa forma integrado
a sua personalidade e não fosse mais dividido. O Superman tem agora um novo
tipo de “dupla identidade”, como Vermelho e Azul. Mas tal nova identidade
expande o seu potencial, não o restringe, como o reprimido Clark fazia.
Então, “Superman Red
and Supeman Blue” é algo incrível dentro da mitologia do Superman, de um
indivíduo que tem a capacidade de remodelar o seu mundo e assim o faz. Os dois
Supermen são, na verdade dois seres distintos que criam o paraíso na Terra.
Em grande contraste, “The Death of Superman” mostra o mesmo “Universo
do Superman” caindo no abismo. E essa história está longe de ser a única nos
títulos do Superman da Era de Prata que tem uma preocupação com a vida de um
homem sendo engolida pelo desastre. Na verdade, surpreendentemente, muitas
histórias do Superman desse período questionam todo o conceito do gênero do
super-herói, enfatizando a impotência do Superman em um cosmo perigoso e
instável, como veremos em nossa próxima coluna. (3)
(1) Na época em que o artigo foi publicado a Batmania ainda estava em alta (N.doT.)
(2) Crise havia sido publicada apenas quatro anos antes na época do artigo.O novo Universo DC ainda estava se sedimentando (N. do T.)
(3) Tal coluna logo será postada aqui.