Prata e Bronze

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Sobre Realidades Alternativas, Peter Sanderson

Peter Sanderson é um dos grandes críticos e historiadores dos quadrinhos americanos. Colaborou com o Who's da DC e o Marvel Saga, além de ter escrito livros ensaios sobre os quadrinhos. Nos anos oitenta e comecinho dos noventa ele escreveu para a lendária Amazing Heroes, sobre a Era de Ouro e a de Prata. Traduzi dois desses excelentes artigos. Aqui vai o primeiro.  Espero que gostem. 

É com você, Pete....

Sobre Realidades Alternativas

Peter Sanderson
Amazing Heroes 184 (outubro de 1990)


A opinião geral marca a transição entre as Eras de Ouro e Prata dos quadrinhos com a aparição dos primeiros heróis “atualizados” da Era de Ouro, sob o reinado editorial de Julius Schwartz  (o Flash em Showcase 4) e a estréia do primeiro título “verdadeiro” alguns anos depois (Fantastic Four 1). 

Mas eu acho que a Era de Prata é quase igualmente caracterizada pelas mudanças que ocorreram nos títulos do Superman,  durante este mesmo período, quando eles eram editados por Mort Weisinger.
Os títulos de Weisinger estão entre os considerados menos inovadores da Era de Prata. Eu acho que isso ocorre porque eles foram os primeiros dos três grupos a caírem do gosto popular, assim como da crítica. O estilo de quadrinhos de Stan Lee continua vendendo muito hoje em dia, mesmo que a maiorias dos quadrinhos da Marvel não sejam mais considerada o supra-sumo dessa forma de arte. 




 As séries de Schwartz sofreram enormes revisões depois da publicação de Crisis on Infinite Earths, tanto que, apesar de seus méritos, as novas versões dessas séries tinham muito pouco a ver com o que aconteceu antes. Ainda assim, Batman é ainda reconhecidamente a mesma série que vem sendo nos últimos vinte anos, e agora, é claro, extremamente popular.

Mas os títulos de Weisinger perderam o seu ímpeto criativo no meio dos anos sessenta e foram extremamente modificados no final daquela década. O que antes havia se tornado uma inovação brilhante se transformou em embaraços, em parte devido a superexposição, em parte graças as histórias medíocres nos seus últimos anos e ainda em parte porque uma quantidade delas parecia infantil demais para o gosto dos leitores, a maioria dos quais já não tinha nem a idade nem o gosto para tais leituras e não poderiam levar a sério coisas como Raiado, o Supergato.

Eu me pergunto, entretanto, se o fracasso dos títulos de Superman de Weisinger era inevitável. Apesar desses títulos na Era de Prata terem sido marcados por grande criatividade, eu acho que eles refletiram também o início do fim de um ciclo e até mesmo uma desilusão, por mais estranho que isso possa parecer, com o próprio conceito do super-herói. Em 1958, o Superman já existia por vinte anos. E no início dos anos sessenta ele aparecia em SETE títulos diferentes, todos editados por Weisinger (não contando suas aparições em Justice League of America): Superman, Action, Superboy, Adventure, Lois Lane, Jimmy Olsen e World’s Finest (esse último foi transferido para a editoria de Weisinger em 1964).

Eu suspeito que os editores e escritores da época se achavam na mesma posição que muitos escritores estão hoje, procurando trazer vida nova a personagens e títulos que existem há décadas, e olhando para as soluções que eles encontraram naquela época pode dar alguma luz para as soluções usadas hoje.(2)

O desenvolvimento mais digno de nota nos títulos do Superman durante a primeira metade da Era de Prata foi a rápida proliferação de novos personagens e conceitos: Supergirl, Brainiac, a cidade engarrafada de Kandor, a Legião dos Super-heróis, o Mundo Bizarro, a Zona Fantasma e as várias espécies de kriptonita, para citar apenas os mais famosos. Essas criações não só apresentavam enormes novas possibilidades para histórias, mas também, se olhadas em conjunto, criaram um tipo de “Universo de Superman”, comparável com o Universo Marvel que logo se formaria.

A maior diferença entre esses dois universos é, é claro, que os personagens do Universo Marvel apareciam nas séries uns dos outros. Com a exceção do Batman e Robin, os co-astros de World’s Finest, os outros heróis raramente apareciam nos títulos do Superman. Possivelmente porque os outros heróis da DC eram controlados por editores diferentes, então cada um desses editores preferia lidar com seus próprios personagens. Os títulos da Marvel tinham todos o mesmo editor – Stan Lee, que fornecia o roteiro para a maioria deles também.  Ainda assim, a maneira que Stan juntava as suas séries era única para a época.

Tirando  Justice League, todos os títulos comandados por Schwartz raramente misturavam seus personagens: os encontros do Flash com o Lanterna Verde eram relativamente infrequentes e o Doutor Luz era tratado nas revistas como uma clara anomalia, já que ele combatia heróis diferentes cada vez que ele aparecia.

Hoje em dia, certamente como resultado do sucesso da Marvel com o seu próprio Universo, a DC adotou a ideia de um “Universo DC” no qual os crossovers regulares ocorrem. Apesar disso, eu argumentaria que o Universo DC, talvez por necessidade, é mais coeso que o da Marvel. O Universo Marvel de hoje envolve um pequeno núcleo de títulos criados por Stan Lee, Jack Kirby, Steve Ditko e alguns outros como parte de um todo. Algumas vezes aparecem séries realmente derivadas, como Silver Surfer (vindo de Fantastic Four), mas era mais comum que cada série começasse sozinha e depois fosse ligada ao todo através de crossovers.

Assim, o Homem-Aranha encontra o Quarteto fantástico em sua segunda história, enquanto o Demolidor luta com o Electro, o inimigo do Homem-Aranha também em seu segundo número. Esse processo continua até hoje: X-Men da origem a New Mutants, Spider-man dá origem a Punisher, o novo Deathlock e o novo Motoqueiro Fantasma encontram personagens estabelecidos da Marvel já no início de seus títulos. John Byrne até mesmo parodiou esse processo quando ele fez que o Homem-Aranha aparecesse para o “obrigatório” crossover do terceiro número em She-Hulk.

É assim que até hoje esse estilo de aventuras e caracterizações dá uma unidade artística ao Universo Marvel. O Universo DC, por outro lado, foi criado emendando continuidades de personagens que foram criados e desenvolvidos separadamente um dos outros. Isso é verdadeiro até mesmo para o chamado “Universo DC Pós-Crise” que vem se desenvolvendo pelos últimos cinco anos. Cada série, ou pequeno grupo de séries, foi atualizada individualmente. Por grupos diferentes de criadores. Então, apesar da maioria dos personagens da DC habitarem o mesmo “universo compartilhado” ficcional, eu creio que há grandes diferenças no estilo e objetivos criativos entre os títulos principais os quais estão sob a tutela de diferentes editores.

O Universo do Superman de Weisinger tinha a sua base no “elenco” familiar do Planeta Diário: o Superman/Clark Kent, Lois, Jimmy e Perry, localizado em um cenário urbano contemporâneo. Mas ia muito mais longe que isso, primeiro trazendo personagens de apoio adicionais que viviam exatamente nesse mesmo cenário, como Lana Lang, Lucy Lane e o Professor Potter. E os vilões, todos no mesmo ambiente também, o mais notável entre eles sendo Lex Luthor.





A criação da Supergirl significou implantar uma série dentro de uma série, com o seu próprio subconjunto de personagens. E a mitologia do Superman foi ainda mais ampliada usando a volta ao passado, nos mostrando o Superman e Lana como adolescentes e mesmo como bebês, em histórias com o seu próprio conjunto de personagens: Ma e Pa Kent, o Professor Lewis Lang e vários outros.
As histórias nos levavam para ambientes de fantasia localizados na Terra – como a cidade submersa de Atlantis e, mais importante, Kandor, uma cidade kriptoniana sobrevivente que havia sido miniaturizada. Elas também nos levaram ao espaço exterior, com Brainiac, o Esquadrão de Vingança e todos os Bizarros. As vidas dos pais do Superman, Jor-El e Lara, em Krypton freqüentemente eram o assunto de tais histórias. O Superman também recebeu uma longa série de antepassados, e através dos anos a História, cultura e geografia de Krypton foram mostradas em grandes detalhes. E os mythos do Superman também se estenderam até o futuro com a criação da Legião dos Super-heróis, que deu origem a uma mitologia própria altamente complexa e vasta, mitologia que continua a crescer até hoje.  E na verdade, a continuidade da Legião é possivelmente a contribuição mais duradora da Era de Weisinger para os quadrinhos.



Então, o universo do Superman se centrava em uma pequena família adotiva (o staff do Planeta Diário) com a qual nós podíamos nos identificar e se estendia por vastas distâncias através dos tempo e do espaço, abrangendo o mundano planeta em que vivemos e o cósmico, seres humanos comuns e seres de poder imenso. E mais, tudo o que mencionei apareciam nos títulos do Superman regularmente; estes lugares e indivíduos eram todos parte integral da continuidade. E como nós veremos,  uma história lidando com um grande evento afetando o Universo do Superman mostraria repercussões em todos os principais componentes daquele universo ficcional.

Então, na minha opinião, o Universo do Superman não era tão diferente assim do Universo Marvel inicial, que da mesma forma ia de cenários comuns (o humilde lar e escola de Peter Parker) até o fantástico (Atlantis e Asgard), passando pelo cósmico (o Império Skrull). Na verdade, apesar do Universo Marvel do início dos anos sessenta lidar muito mais com os super-heróis nos dias atuais, o Universo do Superman estava em vantagem na questão temporal, indo desde o futuro da Legião e voltando para a infância do Superman e até a história do próprio planeta Krypton.


Adições a mitologia do Universo do Superman eram permanentes e os leitores eram encorajados a ficar de olho nelas. Muito freqüentemente os títulos publicavam textos explicando ou recapitulando  como os poderes do Superman funcionavam ou listando as variedades de kriptonita estabelecidas até então, ou (quase sempre) passando pelo histórico de vários membros da Legião dos Super-heróis. Esses textos preconizavam o tipo de trabalho que apareceriam décadas mais tarde no Who’s Who da DC e o Marvel Universe.

Mas apesar do Universo do Superman se expandir enormemente, ele raramente evoluía, e essa foi uma das razões de sua perdição. Raramente o status quo no mundo do Superman mudava. Grandes mudanças que ocorriam no curso de uma história eram canceladas ou eram apenas sonhos, reveladas como tal no final da mesma história. Na verdade, em muitas histórias, os autores pareciam estar tentando ver o quão longe eles poderiam ir nas mudanças e ainda conseguirem trazer as coisas de volta ao normal no final. Com certeza muitos leitores ficaram espantados quando a Supergirl veio a Terra e não acabou sendo uma impostora ou algo saído da imaginação super-ativa do Superman. E continuou aparecendo regularmente depois. Essa foi a exceção a regra das coisas nunca mudarem.



Em contraste, o início da Marvel revolucionou os quadrinhos de super-heróis fazendo mudanças no status quo que eram tanto reais quanto permanentes. Um personagem de apoio como Junior Juniper em Sgt. Fury realmente morreu; Peter Parker realmente se apaixonou por Betty Brandt e depois se desapaixonou. O casamento de Reed Richards e Susan Storm foi revolucionário em um gênero onde o casamento de Clark Kent e Lois Lane era algo impensável. (Eu acho que Barry Allen nunca teria se casado com Iris West em The Flash se isso não tivesse acontecido primeiro com Reed e Sue)

A maneira que os escritores de Superman na Era de Prata tentaram circunavegar os limites auto-impostos do status quo foi através das histórias chamadas de imaginárias. “Imaginárias” é um termo muito ruim, já que como um número de pessoas engenhosas lembrou, bem, veja, não são todas as histórias ficcionais imaginárias? Talvez seja melhor se referir a elas como “histórias alternativas” dos personagens, apesar de tal termo não ser tão colorido e vívido assim.

Presume-se que um escritor de ficção deseja que seu leitor suspenda a descrença até certo ponto e pense que os personagens e eventos sejam reais. Um leitor não vai ter empatia com o Superman ou com Hamlet (ou com quer que seja) ou sentir qualquer suspense ou preocupação com a sua situação pensando na história apenas como uma coleção de palavras no papel. Então, um personagem contínuo, para que possa parecer “real”, deve ter um histórico coerente  e sem contradições, o qual o escritor pode usar como base para um futuro desenvolvimento e exploração do personagem. Os eventos da história de um personagem formam sua personalidade, assim como os eventos da vida de uma pessoa real afetam a dela.

Então, o Superman tem a sua História “real” e as histórias “imaginárias” exploram alternativas para tal História. Em alguns casos as histórias alternativas mudam eventos que aconteceram no passado do Superman. E se X tivesse acontecido com ele ao invés de Y? Qual seria o resultado? Essa variedade particular das histórias imaginárias de Weisinger vivem hoje no What If? da Marvel.

Em retrospecto, porém, eu acho que as mais intrigantes “histórias imaginárias” do Superman são aquelas que indicam possíveis caminhos futuros para os personagens, resultados do que vinha acontecendo no presente. Várias “histórias imaginárias” eram apresentadas com a afirmação de que os eventos descritos em tais histórias poderiam realmente acontecer em algum tempo do futuro, talvez em um futuro muito próximo.

As duas histórias imaginárias mais famosas do Superman foram recentemente reimpressas em The Greatest Superman Stories Ever Told e fornecem um fascinante contraste. Colocadas lado a lado elas mostram o dia do Superman da Era de Prata em um momento-chave, um tempo que está a beira de uma mudança radical para melhor ou pior. “Superman Red and Superman Blue”, publicado pela primeira vez em Superman 162 (julho de 1963) mostra uma transformação na Terra que poderia acontecer no dia seguinte. “The Death of Superman”, por outro lado mostra um possível desastre, também no futuro.



Para mim, “Superman Red and Superman Blue” é memorável por seu grande conceito, mas não por sua execução, que é absurdamente canhestra e até mesmo em um detalhe, vergonhosa. Um problema sério (ainda que não relacionado) que mina a credibilidade das histórias dos títulos do Superman de Weisinger  é que o Superman, apesar de seus imensos poderes, não altera radicalmente o mundo ao seu redor. Ele não depõe tiranos em outros países, ele não destrói arsenais nucleares e assim por diante (mais recentemente Watchmen e Squadron Supreme – e até mesmo, por mais horrível que tenha sido, Superman IV – lidaram com esse assunto).

“Superman Red and Superman Blue”, por outro lado mostra um Superman que está se torturando por causa de suas constantes falhas de tornar o mundo em um lugar melhor.  Veja só, a dramatização desse dilema deixa a desejar. O Superman recebe um chamado da cidade engarrafada de Kandor e os seus habitantes lhe dão uma bronca porque ele não consegue realizar uma tarefa muito simples, oh, você sabe, eliminar todo o mal da Terra. Ou você resolve isso ou nós vamos arrumar outro Superman para colocar em seu lugar.



Ao invés de abrir a garrafa e despejar ácido sulfúrico nos pequenos bastardos ingratos, o Superman leva isso tudo muito a sério e decide que já que não consegue transformar o mundo em uma utopia sozinho, ele usa a super-ciência para aumentar a sua capacidade cerebral. Inadvertidamente, ele se transforma em dois seres distintos, o Superman Azul e o Superman Vermelho, cada um deles uma centena de vezes mais esperto que o original. E como diz o Vermelho, “duas cabeças pensam melhor que uma”.

As melhores histórias do Superman da Era de Prata são enraizadas em algo muito primitivo e aqui não é diferente. O sentimento que todos já tiveram o pensamento de, “ei, eu poderia ser dois, não é?”, e também a sensação que todos nós temos quando nos deparamos com uma escolha difícil e gostaríamos de poder pegar as duas opções. Agora que ele é duas pessoas, o Superman pode fazer isso. Ele pode casar tanto com Lois quanto com Lana. Também é resolvido o dilema de sua lealdade com o seu planeta natal, Kryton e com o seu lar adotivo, a Terra. Um Superman decide ficar na Terra e o outro migra para Nova Krypton, onde Kandor foi restaurada ao seu tamanho normal.




Quando usa a sua inteligência aumentada para transformar a Terra em uma utopia, o Superman cria um raio que faz uma lavagem cerebral nas pessoas “más” de todo o planeta. Transformando-as em pessoas boas... e tirando deles qualquer direito de livre arbítrio. É claro, isso nunca é questionado na história. Creio que os leitores modernos ficariam estarrecidos com isso. Também me parece haver certa misoginia na história. Quando os Supermen estão decidindo sobre os seus planos de casamento, parece que estão fazendo o equivalente de jogar par ou impar para saber quem casaria com quem, como se os resultados – e as mulheres envolvidas – não importassem. Somente mais tarde cada Superman toma a sua decisão baseada no amor que cada um sentia por cada uma das mulheres em questão.

Alguns dos meios que os Supermen usam para alcançar os seus objetivos são questionáveis, mas o poder da história vem do espetáculo desses dois seres quase divinos transformando um mundo em um paraíso. “Superman Red and Superman Blue” mostra as repercussões dos eventos em todo o universo do Superman, não apenas nos seus personagens de apoio mais diretos, mas também em seus maiores inimigos e na Legião dos Super-heróis, Kandor, Atlantis e na Zona Fantasma, assim como em várias raças alienígenas. (Note, entretanto, que “Superman Red and Superman Blue” ignora totalmente a existência na Terra de super-heróis de outras séries... até mesmo o próprio Batman)

Os sucessos dos Supermen aparecem tanto nos níveis cósmicos quanto nos pessoais. Eliminando o mal, eles na verdade levam de volta a humanidade ao estado espiritual anterior a queda de Adão. Assim eles revertem, de certo modo, toda a História da humanidade e a coloca em um novo e melhor curso. Eles transformaram  um mundo em um paraíso e criaram outros novos para os kandorianos e os atlantes, libertando-os do cativeiro. “Curando” os vilões extraterrestres Brainiac e o Esquadrão de Vingança de sua vilania, de certa maneira os Supermen purificam todo o cosmo. Eles também criam utopias pessoais, regenerando seus inimigos, casando com seus amores verdadeiros, criando lares e sendo pais e se aposentando como super-heróis – ou, em outras palavras, se aposentando de uma vida de luta contínua, porque afinal de contas isso não é mais necessário.



“Superman Red and Superman Blue” é um conto mítico sobre redenção de um mundo, conseguido não através de sacrifício ou tragédia, mas sim através de milagres e boa vontade. É também a história de um homem finalmente escapando da enorme quantidade de problemas que o aflige e colocando a sua vida inteira em ordem. Cada Superman  descarta a sua identidade de Clark Kent quando se casa, como se ele tivesse dessa forma integrado a sua personalidade e não fosse mais dividido. O Superman tem agora um novo tipo de “dupla identidade”, como Vermelho e Azul. Mas tal nova identidade expande o seu potencial, não o restringe, como o reprimido Clark fazia.

Então,  “Superman Red and Supeman Blue” é algo incrível dentro da mitologia do Superman, de um indivíduo que tem a capacidade de remodelar o seu mundo e assim o faz. Os dois Supermen são, na verdade dois seres distintos que criam o paraíso na Terra.


Em grande contraste, “The Death of Superman” mostra o mesmo “Universo do Superman” caindo no abismo. E essa história está longe de ser a única nos títulos do Superman da Era de Prata que tem uma preocupação com a vida de um homem sendo engolida pelo desastre. Na verdade, surpreendentemente, muitas histórias do Superman desse período questionam todo o conceito do gênero do super-herói, enfatizando a impotência do Superman em um cosmo perigoso e instável, como veremos em nossa próxima coluna. (3)

(1) Na época em que o artigo foi publicado a Batmania ainda estava em alta (N.doT.)
(2) Crise havia sido publicada apenas quatro anos antes na época do artigo.O novo Universo DC ainda estava se sedimentando (N. do T.)
(3) Tal coluna logo será postada aqui.



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